Seca deve piorar em 2016 e pode ir até 2021, diz estudioso; confira entrevista...
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Pedro Severino Entrevista Revista Nordeste
O estudioso Pedro Severino de Sousa concedeu entrevista a Revista
NORDESTE sobre a situação que passa o país, em relação a crise hídrica. Na
entrevista abaixo, Sousa faz um balanço dos anos de seca e de chuva, aponta
teorias para o momento atual e sinaliza que a tendência é piorar. Confira a
entrevista exclusiva.
Revista NORDESTE: Qual é a situação da água no Nordeste?
Pedro Severino: O problema da continuidade da seca no nordeste é cíclica. Há
500 anos que o homem branco, ao ter chegado na Bahia, no Nordeste
setentrional, se tem conhecimento pelos registros históricos da seca. A seca é
cíclica, mas nos últimos séculos XIX e XX vem se agravando. Antes, de 10
anos, dois anos era seca, foi aumentando para três. Hoje praticamente em 10
anos, 6 é seco.
NORDESTE: Mas isso é preciso?
Pedro Severino:
Não é exatamente na precisão, no estudo da hidrologia alguns
cientistas dizem que é onze, outros dizem que é dez, sete. Tem essa
divergência entre os meteorologistas e hidrólogos, mas na média é entre onze
anos e sete. (A seca) tem a ver com as explosões nucleares do sol. Mas a
ciência meteorológica aponta que o efeito determinante do clima da Terra,
principalmente no nordeste do Brasil, é conhecido por todos nós: o fenômeno
EL Niño.
NORDESTE: O que é o El Niño?
Pedro Severino:
O El Niño era o fenômeno do aquecimento das águas do
pacífico. No final do ano acontecia esse aquecimento no litoral peruano que
favorecia a pescaria. O Peru exportava a produção da tonelada de peixe por
conta da facilidade na pescaria. Isso era devido o calor que vinha do fundo do
mar, aí os cardumes de peixes afloravam e facilitava a pescaria e o aumenta a
produção de pescado no Peru. Os pescadores chamavam aquele momento de
El Niño, o Menino Jesus. A ciência meteorológica não tem ainda uma tese
científica, tem hipóteses, que eu levanto também, sobre o porque o El Niño
acontece. Todo o clima da terra é determinado, lógico que tem a questão dos
ciclos de explosões nucleares no sol, mas acredito que numa escala menor
dentro da geologia e das forças da grandeza climática, eu vejo que ( o clima
sofre influência) pelo calor oriundo do interior da terra. E o homem contribuiu
muito para a diminuição desse calor. Por exemplo, eu sou crítico contundente
da exploração do pré-sal. De onde estão tirando o petróleo? Logo abaixo está o
magma. Eles pegam um óleo explosivo, de alta combustão. É como tirar uma
lenha de uma fornalha.Com isso estão diminuindo o calor para emissão da
evaporação do mar do nosso Atlântico sul. (Para Pedro Sousa, ao diminuir o
calor que sobe do interior dos oceanos há a diminuição das chuvas).
NORDESTE: Então esses ciclos são marcados pelo calor do interior da
terra?
Pedro Severino:
Tudo é uma questão da exploração dos recursos naturais. O
fenômeno (a seca) é natural, mas o homem acelera pela exploração dos
recursos naturais. O petróleo é recurso natural que o homem explora. O
petróleo é fator determinante para o calor do interior da terra para
evapotranspiração. Por exemplo, João Câmara e Pedra Petra no Rio Grande do Norte, quando tem abalo sísmico em João Câmara, mesmo pequeninho,
que registra três, quatro na escala Richter, é fácil prever o seguinte: houve um
abalo sísmico em João Câmara, um tremorzinho, pode ter certeza que na
região da bacia das Piranhas, Piancó do sul, o Seridó, vai chover bem. Chove
em Souza, 100 milímetros, em Caicó. Porque o abalo sísmico, a colisão de
pequenas placas tectônicas, a água que tem nos lenções freáticos, nos
aquíferos, aquece, evapora e transpira. Melhora o índice relativo do meio
ambiente, condensa e forma chuva. Eu já venho fazendo essa experiência há
dez anos essa correlação de pequenos abalos sísmicos em João Câmara e a
chuva fora de época. Quando chove bem nas Filipinas, no Japão, na China,
você pode anteceder que houve abalo sísmico ou vai acontecer. Estão
acontecendo os movimentos magmáticos lá embaixo, está aquecendo as
águas subterrâneas do mar, os aquíferos são favorecidos.
NORDESTE: Como o senhor vê a seca que está acontecendo no
Sudeste?
Pedro Severino:
Nunca se viu seca no sudeste, em São Paulo e Minas Gerais,
desta forma. O Sistema Cantareira que esse ano choveu razoável, mas só no
mês de fevereiro e março, atingiu a média histórica lá do sudeste. Mas o
sistema não saiu do segundo volume morto, saiu do primeiro. Hoje está com
16% do volume morto. Em Belo Horizonte, quem abastece de Belo Horizonte é
a bacia de Parauapebas. Parauapebas está com 25%. O Paraibuna, que
abastece o grande Rio de Janeiro praticamente só saiu do volume morto. Estão
0,6% acima do volume morto. Minas Gerais é o nascedouro das águas do
Brasil, chama a caixa d’água do Brasil.
NORDESTE: A crise hídrica que acontece em São Paulo pode acontecer
em Minas Gerais?
Pedro Severino:
Já está acontecendo. Paraopeba é um afluente do rio Paraíba
do Sul, aquela região todinha... O divisor d’água, a caixa d’água do Brasil é
Minas, porque os principais rios do Brasil, exceto a bacia amazônica, nascem
lá. O São Francisco, ou nasce lá ou tem conexão. O Norte de Minas é a grande
caixa d’água, porque é o grande divisor d’água do Brasil. Em Goiás, Tocantins,
o Paranaíba, o Rio Grande, Rio Doce, São Francisco, Paraopeba tudo vem de
Minas Gerais.
NORDESTE: Está havendo uma diminuição do volume de água lá?
Pedro Severino:
Faço uma previsão. Minas Gerais era favorecida por conta das
frentes frias lá do Polo Sul. Existem tanto rios caudalosos correndo no fundo do
mar, dependendo do movimento das estações, de rotação e translação, as
marés, as fases da lua, as marés altas e baixas. Isso é devido o movimento da
terra e o degelo das calotas polares e faz com que a água fria, que é mais
densa, vá mais para o fundo, a água quente é menos densa e evapora, isso faz
parte do movimento dinâmico da geodesia da terra. Ultimamente, em 2013 e
2014, os meteorologistas do Clima Tempo diziam que está havendo um
bloqueio atmosférico por isso a frente fria não está passando para o sudeste e
nordeste. A frente fria chega, mas não encontra mais uma boa condição
atmosférica para ir até o Espirito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Santos.
Em tese isso acontece porque as plataformas da Petrobras, principalmente na exploração do pré-sal, estão tirando o calor do interior da terra. Por isso, não
está havendo muita evaporação e não tem uma convergência melhor. Isso
chama-se convergência intertropical para a formação de chuva.
NORDESTE: Como essa crise afeta o nordeste hoje? O número de anos
da seca aumentou em quantos com o tempo?
Pedro Severino:
O número de anos (da seca) está aumentando. Tivemos um
grande El Niño, seca no nordeste em 97, 98 e 99.
NORDESTE: Também teve uma seca grande em 83.
Pedro Severino:
Sim em 81, 82 e 83. 83 foi crítico. Figueiredo inaugurou o Açude
de Açu, conhecido como Armando Ribeiro Gonçalves. Abriu as comportas de
Coremas num ano seco. Inauguraram de março para abril, abriu as comportas
de Coremas Mãe D’Água para jogar água para Açu, para inaugurar Açu.
Secaram quase literalmente Coremas, naquele tempo não tinha AESA, ANA e
era um negócio sem controle e fiscalização. O governo de Figueiredo mandou
soltar água de Mãe D’Água pra inaugurar Açu. Depois, em 1985 foi um pé
d’água. Foi um dos anos mais chuvosos no semiárido, no nordeste, Eu nasci
em 1956, mas acompanho a estatística pelos institutos de meteorologia, a série
histórica de 50 para cá. Os anos mais chuvosos no semiárido foram 67, 58 foi
ano seco. Coremas foi inaugurado em 42, no governo de Getúlio Vargas, e
Mãe D’Água em 57 com Juscelino Kubistchek. 58 foi ano seco aqui no
Nordeste setentrional. O Nordeste é dividido geologicamente falando, o
setentrional é o norte do nordeste, meridional é o sul do nordeste. Geralmente
quando a gente se refere a Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e
Ceará, estamos falando do nordeste setentrional. O nordeste meridional é de
Pernambuco para baixo, Alagoas, Sergipe e a Bahia. No nordeste setetrional
os anos mais chuvosos foram em 60, quando Coremas sangrou, foi a primeira
sangria do sistema Coremas Mãe D’Água, justamente quando o Dnocs
interligou Coremas Mãe D’Àgua. Mãe D’Água terminou em 57, houve a
interligação e tornou o sistema completo.
A primeira sangria foi um metro a
lâmina d’água. Veio 65 que foi ano seco, não chegou a esse nível, ficou abaixo
de 50%, 40%. Mas quando chegou em 67 foi um dilúvio. Foi uma das maiores
sangrias da história de Coremas com 2 metros e 70 a lâmina d’água. Aí veio
chovendo dentro da normalidade. Alguns anos sangrando, outros não. Dois
três anos sem sangrar, outro sangrava.
Em 70 não tem muita a série histórica, não houve muito ano bom. De 67 à
década de 70 teve uma grande sangria, mas não foi excepcional. Choveu em
85, foi um grande dilúvio, Coremas sangrou com uma lâmina igual a 67, ou
mais até, questão de centímetros. Passou esse intervalo de 11 anos, chuva
abaixo da média, dentro da média. Coremas não sangrou mais, veio sangrar
em 96, 11 anos depois. De 96 veio um período de El Niño, 97, 98 e 99.
E aí,
em 2001 quando houve o apagão do Nordeste e racionamento de energia. Em
2000, 2001 era o caos para a questão hidrelétrica do Brasil, questão do
abastecimento. Tivemos racionamento até em João Pessoa. Era o drama, um
terrorismo e pavor. Aí veio a campanha do apagão, foi quando salvou o
sistema. Se não tivesse feito aquela campanha do apagão tinha faltado energia
e havia um apagão geral mesmo. As previsões de 2000, 2001, 2002 e 2003,
não eram favoráveis, aí é quando a gente vê que o homem as vezes faz
previsões erradas, os institutos e doutores acreditavam que não seria favorável. Nessa década até 2010 as previsões eram de chuvas abaixo da
média. Mas quando começou 2002 foi melhorando, Ceará e Paraíba com os
açudes todos secos, mas começou a tomar água. Em 2003 também. Em 2004
veio outro dilúvio. No dia 17 de janeiro de 2004 até o dia 05 de fevereiro na
Paraíba, em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, literalmente choveu
um dilúvio. As chuvas de janeiro de 2004 no nordeste setentrional foram um
dilúvio.
NORDESTE: O senhor acredita que o governo já deveria estar fazendo
novo racionamento de energia?
Pedro Severino:
O governo Dilma era para estar fazendo racionamento de água
e energia. No Brasil, 70% da matriz energética é hidroelétrica. Essa lâmpada
acesa aí está consumindo água também. Por que? 70% de nossa fonte de
geração de energia é hidroelétrica. Se você apaga essa lâmpada, em tese, vai
diminuir o consumo em Sobradinho ou Tucuruí, 80% da energia do Nordeste
vem de Tucuruí. Você pode economizar água, economizando energia. Eu fiz
uma proposta da utilização da transposição. Você pode transpor energia
diretamente de Tucuruí. Hoje, o Nordeste, a Chesf, está transpondo água da
Eletronorte, de Tucuruí. Por quê? Lá não abrem as comportas, as turbinas para
gerar mais energia? A Eletronorte é autossuficiente, digamos, Tucuruí tem
capacidade de gerar 12 mil megawatts, mas só funciona 3 mil. Tem uma sobra
de nove, abastece o Nordeste. Transfere para cá. Isso é uma transferência
hidro energética. Indiretamente é a água que está vindo para cá. A gente não
gera energia através da água e recebemos energia da Eletronorte, é uma
transposição indireta de água.
NORDESTE: Mas se estamos com mais 10 anos depois (2004) vamos ter
novamente um bom momento?
Pedro Severino:
Em 2015 e 2016 começaria a dar uma subida de novo...
estamos com um período de seca já há quatro anos...Isso são séries históricas
que dizem que duram de três a quatro anos de seca, mas pelo jeito esse ciclo
vai quebrar. As previsões de institutos especializados da Europa, Japão, da
Organização Mundial de Meteorologia, da Nasa, a gente vê muita matéria
internacional, lá da Europa, dos EUA, e dizem, isso é hipótese, diz que esse
período de seca vai até 2021. Porque essa série de ciclo que viria de 300 anos
atrás, três séculos atrás, dois anos por década, três, agora quatro, está
aumentando.
NORDESTE: Por que está aumentando?
Pedro Severino:
É a exploração exacerbada, a crescente demanda de recursos
naturais, e a matéria energética nossa é o combustível, o petróleo, que tira da
natureza. O principal fator de agressão ao clima da terra é justamente o
petróleo. Ou tirando do fundo do mar, ou tirando do pré-sal, do continente. No
Oriente médio, na Arábia Saudita, os países produtores do petróleo. Lá o
problema é a desertificação, que é natural, mas o homem acelerou.
NORDESTE: O senhor falou que tem uma previsão de seca até 2021?
Pedro Severino:
Isso eu ouvi dizer. No nordeste o período de setembro, outubro
e novembro é de estiagem. Em São Paulo, na região sudeste, sul e centrooeste
começa a estação de chuva em setembro, outubro e novembro. No sudeste tem apontado que as chuvas estão na normalidade, mas em 2013,
2014 e 2015, essa normalidade vem chovendo abaixo da média. Eles estão
batendo cabeça. Os meteorologistas do CPTEC estão doidos, estão batendo
cabeça. Aqui para o Nordeste vamos ter para Janeiro, Fevereiro e Março
vamos ter um encontro em dezembro entre o dia 20 e 25. Quando for dar a
previsão de todos os institutos do Brasil sobre janeiro, fevereiro e março para o
semiárido.
NORDESTE: Como está se portando esse fenômeno, o El Niño?
Pedro Severino:
O EL Niño acontecia normalmente a partir de dezembro, mas
agora, de dois anos para cá, 2014 e 2015, está começando em maio e persiste
até março. Aí as previsões até março em 2016 é de chuvas abaixo da média.
Mesmo se o El Niño for moderado (o que não será). O problema é que
Sobradinho está entrando no volume morto. Itaparica, Coremas, Mãe D’Água,
Açu, Boqueirão, Oroz, todos esses açudes estão secando. Será ano político de
eleição para prefeito. Isso vai se agravando. A partir de 2017, se for verdade a
previsão de período seco até 2021, o bicho pega no Nordeste e no Sudeste.
NORDESTE: O Senhor acha que pode haver um racionamento já em
2016?
Pedro Severino:
Já está havendo em Campina Grande. Boqueirão esse ano não
tomou quatro milhões. Boqueirão está com 66 milhões de metros cúbicos. No
ano passado, no mês de abril, o rio Taperoá botou uma enchente e tomou 4
milhões, uma chuva que deu em Taperoá. É para tomar 200, tomou 4. Esses
quatro já foram embora em 15 dias. Tomar é recarga, receber. Então se em
2016 o semiárido for regular, mesmo que seja um ano normal, mesmo que seja
acima do normal, que chegue a ter um dilúvio como 2004. Recupera... não sei
se. A projeção de São Paulo, do Sistema Cantareira, é três, quatro anos
normais, para recuperar o sistema Cantareira. E se permanecer essa crise
dois, três, quatro anos para frente ainda, o bicho pega.
NORDESTE: Então não dá para afirmar que vai ter seca até 2021?
Pedro Severino:
Não, eu não tenho certeza. Eu não posso afirmar. Seria
irresponsável. Eu estaria indo de encontro aos estudos de uma série de
institutos. Eu ouvi dizer. Mas você pode afirmar para 2016. O El Niño favorece
o Sul e São Paulo é sudeste. O sul de São Paulo que também é o sistema
Cantareira, o norte de São Paulo pega Minas Gerias, recebe água de Minas
Gerais com o Tietê. Mas o El Niño favorece o sul e uma parte do sul de São
Paulo. Mas se em 2016, do jeito que estão falando os prognósticos, devidos o
El Niño que vai até março, o nordeste vai entrar num estresse hídrico de
abastecimento e geração de energia sem precedentes. Será a ampliação do
flagelo da seca, fome e tudo. Em Campina Grande tem racionamento sábado,
domingo e segunda, se continuar assim, em 2016 com chuvas anormais abaixo
da média, o patrimônio de Boqueirão vai sofrer. No Nordeste evapora em
média meio milímetro por ano. Três metros de água evaporam no ano dentro
do semiárido. Não é só beber água, tem a construção civil, a indústria. Tem
que ter o alimento, para irrigar o alimento. Tem que ter a atividade agronômica
para gerar alimento para a população. Não pode viver só de água para beber.
Gramame/Mamuaba todo ano sangrava, janeiro, fevereiro e março, veio
sangrar agora em julho. Em João Pessoa atende uma demanda de 1 milhão. Aqui, em tese vai chover só em Abril, para Gramame tomar, quando começa o
inverno aqui.
NORDESTE: E os poços artesianos, seriam uma solução?
Pedro Severino:
O aquífero Beberibe se comunica com a Paraíba e
Pernambuco, mas Recife é uma tábua de pirulito. Em Olinda cai prédio. Por
quê? Tem estudos do desnível em 40 anos, o desnível do Beberibe baixou 60
metros. A água salobra (no subterrâneo) avança e aí pega a fundação dos
prédios e enferruja. Aí, aqui e acola em Jaboatão estão caindo prédios por
conta disso. E a companha de água e esgoto lá, como a daqui, a Cagepa,
precisa redimensionar a captação de água dos poços, porque em 40 anos
baixou 60 metros para a captação. Se a tubulação ia lá embaixo no lençol
d’água, agora está suspensa, é preciso redimensionar e descer mais para
poder fazer a captação. Os poços captam diretamente do lençol freático, do
aquífero. Mas isso foi construído há 60 anos. Hoje tem poço em João Pessoa,
da Cagepa, que está pendurado no cano, a água está lá embaixo. Em João
Pessoa a gente vai sofrer, é questão de tempo. No triênio 2016, 2017 e 2018,
se continuar assim no litoral, está crise de abastecimento, e o pior é que vem a
enxurrada de gente do interior. João Pessoa vai inchar. Não só João Pessoa,
Recife, Natal, Fortaleza, Salvador. O refugiado climático do interior vai para as
capitais. Isso se os institutos de meteorologia estiverem certos e de fato a
estiagem permanecer.
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