sábado, 16 de maio de 2009

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA AMERICA DO SUL

VÍDEO SOBRE...

O meteorologista Giovanni Dolif explica o motivo da grande quantidade de chuva no norte brasileiro





IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA AMERICA DO SUL
Antecedentes e situação atual


O aquecimento global de origem humana gerado pelas emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono 75%, metano 15% e óxido nitroso 9%) elevou progressivamente a temperatura média da terra, de 13,4ºC para 14º C entre 1980 e 2005 e com previsão de elevação de mais 2 a 3ºC até 2050, a continuar o atual padrão de emissões. As principais manifestações das mudanças climáticas são os fenômenos climáticos extremos – ondas de calor e frio mais intensas e pro­longadas; secas, inundações, tormentas e furacões mais severos – e a retração de geleiras das montanhas, do Ártico e da Antártida com impacto sobre o nível médio do mar. As emissões de gases estufa estão crescendo 3% ao ano nesta década. Os principais países emissores em 2007 foram: China 22% (crescendo 8% ano), EUA 20% (crescendo 0,5% ano), União Européia (27 países) 15% (crescendo 0,3% ano), Índia 8% (crescendo 10% ano); Rússia 6% (crescendo 5% ano), Indonésia 5% (crescendo 10% ano), Brasil 4% (crescendo 3% ano) e Japão 3% (crescendo 0,2% ano).

Atualmente, o aquecimento global é um dos maiores desafios econômicos e polí­ticos para a humanidade. Enfrentá-lo requer um aumento dramático da coopera­ção no sistema internacional. Por um lado, é necessário mitigar o aquecimento global para que ele se mantenha dentro dos parâmetros incrementais e não se torne perigoso (aumento de mais de 2 graus na temperatura média da terra) e, por outro lado, é necessário adaptar-se a um grau moderado de mudança climática que já é irreversível. Para evitar a mudança climática perigosa seria necessário que as emissões de gases estufa no ano 2050 sejam aproximadamente um terço do nível do ano 2000. É um desafio gigantesco, considerando que em 2007 as emissões foram 20% superiores às de 2000.


A América do Sul é muito vulnerável à mudança climática: em termos compara­tivos é a região do mundo mais vulnerável depois da Polinésia, África, Centro/Sul/Sudeste da Ásia e Caribe. Vários eventos climáticos extremos recentes na América do Sul são relatados no Quarto Relatório do IPCC (Painel Internacional sobre Mudança Climática).

Três grandes desafios foram identificados pelo IPCC na América do Sul: sali­nização e desertificação de zonas agriculturáveis; riscos de inundação em áreas costeiras baixas e deslocamento nos estoques de peixes; e alterações significati­vas da disponibilidade hídrica em muitas regiões.


*”Dentre os principais problemas previstos, podemos citar a savanização da Ama­zônia oriental, a mudança do padrão de chuvas na Amazônia ocidental, com declínio significativo da densidade florestal, e incêndios muito mais freqüentes em toda a Amazônia. A região do semi-árido brasileiro poderia tornar-se árida e cresceriam muito os riscos advindos da erraticidade das precipitações e da expansão de pragas sobre os ciclos da produção agrícola nas terras de alta pro­dutividade de alimentos de Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. O sul do Chile e do Peru e o sudoeste da Argentina já apresentam tendências declinantes nas pre­cipitações. Haverá maior erraticidade de variação do El Niño por causa do aque­cimento global, que teria impacto significativo sobre o conjunto do continente, particularmente na vertente ocidental dos Andes, no Equador e Peru. A dimi­nuição dos glaciais dos Andes agravará o problema de abastecimento de água local e de energia na Bolívia, Peru, Colômbia e Equador. A região do delta do rio Paraná e a Costa Ocidental do Rio da Prata, onde está situada a grande Buenos Aires, serão extremamente vulneráveis a freqüentes inundações. Aumento dos extremos de temperaturas e da erraticidade das precipitações na costa atlântica sudeste e sul do Brasil afetarão locais com alta densidade demográfica”...

A América do Sul emite anualmente aproximadamente 1,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalentes. As emissões de dióxido de carbono (indús­tria, energia, transporte, desmatamento e mudança do uso da terra); metano (pecuária, lixo, reservatórios hidroelétricos) e óxido nitroso (fertilizantes na agricultura) somadas da América do Sul totalizaram em 2006 aproximadamente 7 % das emissões globais de carbono..Os 7% correspondentes à América do Sul estão concentrados em desmatamento e mudança do uso da terra: Brasil sozinho tem 2,5% e mais 1% provem do desmatamento em Colômbia, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Paraguai. Os 3,5% restantes provêm de energia, indústria, transporte e moderno agribusiness, sendo os principais emissores Brasil, Argen­tina, Venezuela e Chile. Uma singularidade da América do Sul é que as emissões de dióxido de carbono derivadas do desmatamento e da mudança de uso da terra são proporcionalmente muito altas (aproximadamente a metade).

O IPCC mostra que o Brasil desmatou 260.000 Km2 entre 1990 e 2000, seguido por Peru, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Argentina e Equador. Embora a maior parte da cobertura florestal da América do Sul esteja no bioma amazônico, exis­tem também outros biomas importantes: Cerrado brasileiro e venezuelano, Mata Atlântica e Pantanal no Brasil, Chaco no Paraguai, Bolívia e Argentina e flores­tas temperadas andinas no Chile e Argentina. O desmatamento no conjunto do bioma Amazônico foi de aproximadamente 20.000Km2 ano na década de 1980, cresceu para 22.000Km2 ano na década de 1990 e para 26.000Km2 ano em 2000-2005. Neste período a taxa de desmatamento aumentou na Bolívia e Brasil, se manteve estável no Equador e caiu no Peru, Colômbia e Venezuela.

Grande parte do desmatamento na América do Sul é ilegal – no caso mais extremo, o Brasil, que tem uma legislação florestal rigorosa, chega a 80%, – e isso tem um triplo efeito negativo sobre as sociedades. Em primeiro lugar, implica em uma grande destruição de recursos naturais e uma conversão muito ineficiente da floresta. Em segundo lugar, faz com que a proporção de economia informal seja alta no conjunto da economia com grande ineficiência sistêmica. Em terceiro lugar, o desmatamento desmoraliza a autoridade pública e o império da lei gerando assim um ambiente propício para o crescimento de outras ativi­dades ilícitas.

O Brasil emite aproximadamente 1 bilhão de toneladas de carbono, correspon­dentes a 4% das emissões globais, 5 toneladas per capita e 0,9 tonelada de car­bono por cada 1.000 dólares de PIB. O Brasil também possui um perfil extrema­mente singular. De um lado, aproximadamente 60% das emissões são derivadas do desmatamento e mudança do uso da terra, algo inusitado para países de renda média ou alta. De outro lado, as emissões de energia da indústria, transporte e residências representam menos de 30%, devido ao fato de que sua matriz ener­gética é de baixa intensidade de carbono, proporção de hidroelétricas na geração de eletricidade é alta e a importância dos bio-combustíveis nos combustíveis líquidos é crescente.

As emissões metano e óxido nitroso da moderna agricultura e pecuária são bas­tante importantes no Brasil (aproximadamente 12%) por causa do elevado uso de fertilizantes e do metano derivado do maior rebanho de gado do mundo. A distribuição regional de emissões é muito desproporcional, já que os estados amazônicos representam 60% das emissões, com 11% da população e cerca de 7% do PIB apenas. O resto do Brasil tem 40% das emissões, 89% da população e 93% do PIB. A assimetria da distribuição regional de emissões do Brasil é uma das mais extremas do mundo.

O “apagão” elétrico de 2001 gerou um gigantesco aumento da eficiência ener­gética no Brasil (aproximadamente 20% segundo as melhores estimativas) e da consciência pública com respeito à conservação da energia. Infelizmente, esse ganho não tem sido absorvido nas políticas públicas como parte de uma matriz mais ampla de redução das emissões de carbono. A pequena e necessária diver­sificação da matriz de eletricidade que se promoveu nos últimos anos, como produto do apagão, foi na direção de termoelétricas de combustíveis fósseis, ao invés de termoelétricas de biomassa e redes eólica e solar.


FONTE: BREVES CINDES
O Brasil na América do Sul
Promovendo a Integração e a Cooperação Regionais
2ª Edição Julho de 2008.



UMA REFLEXÃO CRITICA SOBRE O TEXTO POSTADO ABAIXO:


*”Dentre os principais problemas previstos, podemos citar a savanização da Ama­zônia oriental, a mudança do padrão de chuvas na Amazônia ocidental, com declínio significativo da densidade florestal, e incêndios muito mais freqüentes em toda a Amazônia. A região do semi-árido brasileiro poderia tornar-se árida e cresceriam muito os riscos advindos da erraticidade das precipitações e da expansão de pragas sobre os ciclos da produção agrícola nas terras de alta pro­dutividade de alimentos de Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. O sul do Chile e do Peru e o sudoeste da Argentina já apresentam tendências declinantes nas pre­cipitações. Haverá maior erraticidade de variação do El Niño por causa do aque­cimento global, que teria impacto significativo sobre o conjunto do continente, particularmente na vertente ocidental dos Andes, no Equador e Peru. A dimi­nuição dos glaciais dos Andes agravará o problema de abastecimento de água local e de energia na Bolívia, Peru, Colômbia e Equador. A região do delta do rio Paraná e a Costa Ocidental do Rio da Prata, onde está situada a grande Buenos Aires, serão extremamente vulneráveis a freqüentes inundações. Aumento dos extremos de temperaturas e da erraticidade das precipitações na costa atlântica sudeste e sul do Brasil afetarão locais com alta densidade demográfica”...



È que desde Janeiro de 2004 até os dias atuais(Maio de 2009)...Este Relatório do IPCC...Abordado acima, sobre “Mudanças Climáticas”... Referentes às prováveis “Enchentes na região do delta do rio Paraná e a Costa Ocidental do Rio da Prata, onde está situada a grande Buenos Aires, serão extremamente vulneráveis a freqüentes inundações”...

Isto pelo visto, não vem acontecendo... Pelo contrario, são “Enchentes”...No Norte- Nordeste do Brasil...E “ Estiagens”...No Sudeste e Sul do Brasil...Inclusive no Uruguai e Argentina...

Uma prova inconteste de tudo isto...É que o Rio Paraná...Dentro das ultimas “Quadra Chuvosas”...vem se acumulando um nível d’água bem a “Baixo” da sua normalidade...Pois, o Lago de Itaipu...Já estar a “Beira” de um “Stress Hídrico”...
Donde se conclui que:

Este relatório do IPCC( Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) da ONU(Organização das Nações Unidas)... E muitos outros... Elaborados por mais de 2.500(dois mil e quinhentos) cientistas... Apontavam savanização na Amazônia... Crescente aridez no semi-árido Nordeste Brasileiro... Enquanto que no Sudeste e sul do Brasil. Muita “Enchente”... E o que estamos presenciando é de muito chuvas no Norte Nordeste...E seca no Sudeste e no Sul...Entretanto, não se sabe para o futuro...Todavia, o presente , é esta realidade...


PEDRO SEVERINO DE SOUSA
JÃO PESSOA(PB), 15.05.2009



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