segunda-feira, 18 de maio de 2009

UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE AS PREVISÕES DOS RELATÓRIOS DO IPCC DA ONU...

VÍDEO SOBRE...


COMO FORMAM AS CORDILHEIRAS







UMA REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE AS PREVISÕES DOS RELATÓRIOS DO IPCC DA ONU...


Acadêmico afirma que Amazônia pode crescer com aquecimento


Num momento em que as teorias sobre a savanização da Amazônia em razão do aquecimento global são praticamente um consenso, uma voz dissonante surge para confrontar os estudos sobre a drástica redução da floresta. O Acadêmico e geógrafo
Aziz Ab'Saber, da USP, um dos grandes nomes da Ciência no Brasil, defende a idéia de que o aumento da temperatura, somado ao da umidade, seria benéfico para as matas tropicais, tornando-as, provavelmente, maiores.

“Quando se diz que o aquecimento global vai estender o Cerrado sobre a Floresta Amazônica, não se fala a verdade”, sustenta o pesquisador, que lançou recentemente o monumental livro Ecossistemas do Brasil pela Editora Metalivros. “O calor, associado à umidade que entra, vai manter a floresta.” De acordo com ele, o mesmo raciocínio vale para a Mata Atlântica: se a dinâmica climática mantenedora não se alterar muito, sobretudo no que diz respeito à associação entre calor e umidade, nada de mais drástico acontecerá.


“O aquecimento não vai criar problemas na Serra do Mar”, afirma o cientista. “Posso dizer isso com muita tranqüilidade porque iniciei o tombamento provisório da Serra do Mar, estudei muito a região. No passado, o aquecimento não afetou em nada e vai continuar não afetando. Junto com a umidade, ele terá um caráter mantenedor da floresta.”

Para o Acadêmico, as previsões catastróficas em relação às florestas brasileiras não levam em conta variáveis como as correntes marítimas. Se as correntes mais quentes que banham a costa brasileira se mantiverem mais ou menos como hoje, tese que ele defende, a umidade necessária às florestas estará garantida. Segundo Ab'Sáber, se isso ocorrer, o chamado ótimo climático, registrado entre 5 mil e 6 mil anos atrás, vai se repetir. Mas, dessa vez, induzido pela ação do homem. Nesse período, sustenta, a maior umidade dos mares foi fundamental para o aumento das florestas depois de um período de glaciação.

“Sabemos que num passado não muito distante houve um período mais frio e mais seco, em que as águas do mar retrocederam até 90 metros formando geleiras enormes nos pólos e acima dos mares”, conta o professor. Nesse período mais frio, as correntes frias iam até depois da Bahia, impedindo os ventos úmidos de entrarem no país. Essa situação se alterou radicalmente com o reaquecimento do planeta e a elevação do nível do mar registrada entre 5 mil e 6 mil anos atrás.

“Essa transição violenta de um clima muito frio para um clima mais quente fez com que o nível dos mares subisse. No decorrer dessa ‘retropicalização' ocorreu o ótimo climático. E não houve a destruição de florestas da Amazônia”, aponta o especialista. Para comprovar suas idéias, Ab'Saber lembra que durante esse período de maior aquecimento as correntes mais quentes chegaram a avançar bem além do extremo sul do Brasil. “Hoje, essas correntes param entre o Rio Grande do Sul, o Uruguai e a Argentina. Mas, no passado desceram mais ao sul. Por conta desse avanço da corrente tropical atlântica, o Rio Grande do Sul teve florestas tropicais.”

Para ele, no entanto, a maior ameaça às florestas é a ação direta do homem.“No caso da Amazônia, são as queimadas, a destruição de matas para agropecuária e ação das madeireiras” enumera. “Por isso, chamo sempre a atenção das pessoas que falam do aquecimento global e não falam das conseqüências dessas alterações.”

O cientista teme que o discurso da savanização da Amazônia acabe servindo a interesses escusos. “Se a floresta vai virar Cerrado mesmo, alguém pode dizer: “bem, então vamos aproveitar”, exemplifica Ab'Sáber. “E a recente visita de Bush pode incentivar a produção de cana e de soja para o etanol e o biodiesel. Note o problema que se cria. Os especuladores podem se aproveitar disso para argumentar que, já que tudo será destruído mesmo, o melhor é plantar cana e soja.”

Para o Acadêmico, o maior risco trazido pelo aquecimento global seria a elevação excessiva do nível do mar. Mas ele questiona os modelos utilizados para medir esse aumento. “O problema existe, mas avaliar as conseqüências desse aquecimento em relação ao novo degelo das montanhas e bordas dos pólos é mais difícil”, afirma Ab'Saber. “Porque cada autor faz um cálculo diferente do impacto para o nível do mar. As cidades podem ser invadidas pelas águas daqui a 200, 300, 500 anos, ninguém sabe. Estou elaborando uma tabela com os dados desencontrados de vários autores: falam em elevações anuais de um milímetro até um centímetro.”

O cientista defende a idéia de se medir dentro de 50 anos exatamente qual foi a elevação do nível do mar para que então se possa tomar medidas, baseadas em fatos concretos, para evitar maiores catástrofes, sobretudo nas cidades costeiras que, nas palavras do pesquisador, poderiam se tornar “multivenezas caóticas”.
(Jornal O Globo, 6/4)


Monitoramento insuficiente

Até meados do século 21, a Amazônia Oriental poderá ter que encarar um cenário de gradual substituição da floresta tropical por savana. A conclusão é baseada em dezenas de estudos sobre a maior floresta tropical do mundo e está na segunda parte do 4º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (
IPCC).

O relatório, divulgado no dia 6 de abril, em Bruxelas, na Bélgica, está dividido em capítulos temáticos, reunindo áreas como saúde, ecossistemas, alimentos, cidades e água, e capítulos regionais, como zonas polares e costeiras, América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, Oceania, Nova Zelândia e África.

A boa notícia é que a savanização da Amazônia pode não ser uma possibilidade tão real. A má notícia é que isso se deve à falta de monitoramento da região. Embora a informação seja reconhecida pelos cerca de 2,5 mil cientistas de 130 países que participam do trabalho, a conclusão teve base principalmente em estudos e técnicas de modelagem ambiental, o que diminui a confiabilidade dos dados.

“Não há ainda, na literatura científica, um conjunto de observações que possa indicar claramente essa tendência como conseqüência das mudanças climáticas”, disse o Acadêmico
Carlos Nobre, autor principal do capítulo sobre a América Latina, durante evento no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), que reuniu cinco pesquisadores brasileiros que participaram da produção do relatório. “Essa é apenas uma projeção que leva em consideração cálculos do aumento de temperatura na superfície terrestre e a conseqüente diminuição da água dos solos”, complementou Nobre, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Outro vetor de risco apontado pelo relatório com base em estudos de modelagem ambiental é a possível substituição, em toda a América Latina, de regiões semi-áridas por vegetações de zonas áridas, com especial diminuição de áreas agriculturáveis no Nordeste brasileiro. Nobre lamentou a falta de estudos na América Latina com enfoque central nas observações das mudanças nos sistemas físicos (criosfera, sistemas hidrológicos e áreas costeiras) e nos sistemas biológicos (mar, água e órbita terrestre).

Para ele, o Brasil dispõe de avançados sistemas de previsão climática e de fenômenos meteorológicos extremos, mas ainda falta capacidade de monitoramento desses sistemas físicos e biológicos. “Ainda não somos um ator importante no cenário dos estudos sobre aquecimento global. Se mesmo com essas limitações existem resultados, é porque muitas vezes temos que recorrer a técnicas da ‘arte científica'. Os impactos divulgados sobre a América Latina são de média confiança”, afirmou.

Uma nítida diferença do novo relatório para a edição anterior, divulgada em 2001, é que a maioria dos estudos que serviram de base para a elaboração do texto final foi desenvolvida na Europa. Das cerca de 29 mil séries de dados de observações sobre os possíveis impactos do aquecimento global que estão no novo relatório, 28 mil se originam em estudos de países europeus.

Em contrapartida, para o relatório anterior, mais de 50% dos trabalhos científicos revisados para a elaboração do texto final tinham origem na América do Norte. Uma das justificativas palpáveis é que, desde o início da década de 1990, com o intuito de comprovar que o aquecimento global é de fato um fenômeno real, os norte-americanos investiram muito mais em estudos sobre a ciência básica das mudanças climáticas do que nos seus impactos globais propriamente ditos.

Durante a reunião no IEA/USP, um consenso foi obtido: aproveitando o momento de maior conscientização da população e dos tomadores de decisão no Brasil, é extremamente necessária a elaboração nos próximos anos de um mapa que ofereça dados concretos sobre as regiões e os setores de maior vulnerabilidade no país. “Ainda que as incertezas sobre a América Latina existam, temos que começar a elaborar políticas públicas que tenham relação com as mudanças climáticas. O custo da inatividade, que acarretaria prejuízos irreversíveis, pode ser muito maior que os investimentos que devemos ter com iniciativas de prevenção e estudos de vulnerabilidade”, alertou José Marengo, meteorologista do CPTEC/Inpe.
( Agência Fapesp, 11/04)




Carlos Nobre: a atmosfera apenas sofre o impacto

Durante o 1º Simpósio Brasileiro sobre Mudanças Ambientais Globais, o Acadêmico Carlos Nobre deu entrevista coletiva na qual afirmou que embora o Brasil esteja entre os cinco maiores emissores de gás carbônico e metano do mundo, deve ser lembrado que a população do país é muito grande. “Uma maneira mais correta de olhar as emissões é dividi-las per capita, ou seja, dividir a emissão total do país pelo número de habitantes e comparar com a média dos outros países. Com este cálculo, as emissões brasileiras diminuem muito e atingem a média de emissões per capita típicas de países em desenvolvimento.”

Dentro das emissões brasileiras, cerca de 75% são provenientes dos desmatamentos da floresta tropical. “O Brasil, a Indonésia e alguns países tropicais tem um padrão de emissão de gás carbônico diferente da Índia e da China, pois lá a emissão é pela queima de combustível fóssil, e nos países como o nosso a emissão é pelo uso da terra. O que temos que fazer para contribuir é apenas reduzir as taxas do desmatamento.”

O Acadêmico destacou que a atmosfera, porém, desconhece a emissão de gases per capita, ela só sente o impacto. “Em um enorme território, nós estamos emitindo gases de efeito estufa e estamos entre os países que mais ameaçam os habitats naturais e espécies, embora detenhamos a maior biodiversidade. Tanto é que todos os mapas de áreas de risco de ameaça de biodiversidade colocam a Mata Atlântica como uma das áreas onde a biodiversidade e as espécies estão mais ameaçadas.”

Nobre ressaltou que foi recém-aprovada no Congresso a
Lei da Mata Atlântica, que oferece uma série de incentivos a recomposição florestal, assim como a corredores ecológicos. O pesquisador acentuou que o Brasil está fazendo alguma coisa: no tocante às emissões, é o país que mais tem projetos para desenvolvimento limpo, além de apresentar uma proposta de criação de um mecanismo para recompensar os países tropicais que conseguirem reduzir suas taxas de desmatamento.

Respondendo a uma pergunta sobre os índices brasileiros de emissão de metano, Nobre explicou que o maior índice é proveniente dos rebanhos, e o Brasil possui um dos maiores rebanhos do mundo. “Cada molécula de metano, potencialmente, tem um efeito estufa maior do que o do CO 2. Porém, a quantidade de metano na atmosfera é 250 vezes menor do que a de gás carbônico. O Brasil tem inúmeros projetos para evitar que o metano gerado pela decomposição de lixo chegue a atmosfera. Porém, a maior fonte de emissão de metano não são os lixões, são os bois. A Embrapa está medindo ainda essas emissões dos bois, mas isso é só para contar quanto cada boi emite.”

De acordo com o Acadêmico, é fundamental o desenvolvimento da pesquisa sobre o processo de digestão animal no Brasil. Segundo ele, o metano gera energia, e se o boi expele metano é por que a digestão não conseguiu retirar toda a energia do alimento. Então o que deve ser estudado são as alterações necessárias na alimentação do gado para reduzir ou até eliminar os gases, mas isso ainda é pouco explorado.

Carlos Nobre enfatizou a importância da realização de eventos como o 1º Simpósio Brasileiro sobre Mudanças Ambientais Globais, para que sejam debatidas possíveis soluções para reduzir o impacto das mudanças ambientais globais sobre o presente e o futuro da agricultura brasileira. “Nesse evento pudemos visualizar o melhor que a ciência brasileira tem a oferecer sobre o assunto, indicar as lacunas de conhecimento em que precisamos avançar e identificar quais as áreas não cobertas.”



Segundo Carlos Nobre, o fato do 1º Simpósio ter sido promovido pela ABC, que tem grande representatividade e visibilidade no meio governamental, gera a expectativa entre os pesquisadores envolvidos de que o efeito direto do conhecimento existente no Brasil sobre as mudanças ambientais globais seja efetivamente considerado e aproveitado na elaboração das novas políticas públicas.
(Elisa Oswaldo-Cruz e Clara Gondin para o Boletim do Acadêmico)




Caos climático dividirá a humanidade

As mudanças climáticas dividirão a humanidade como nunca em toda a História. E os mais pobres sofrerão muito mais do que os ricos. O alerta está no segundo relatório mundial do clima (o primeiro foi apresentado em fevereiro) divulgado ontem, em Bruxelas. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (
IPCC, na sigla em inglês), as atuais desigualdades entre países ricos e pobres aumentarão significativamente nos próximos anos devido ao impacto do aquecimento global.

Populações de América do Sul, África e Ásia sofrerão muito mais do que as de Estados Unidos, Canadá, Europa e Austrália com o aumento de secas, perdas de safras agrícolas, doenças, tempestades e elevação do nível do mar. A África apresenta o pior cenário. Segundo o documento, até 2020 entre 75 milhões e 250 milhões de pessoas no continente sofrerão com falta de água crônica. As alterações no clima trarão prejuízos para a agricultura, gerando fome. Áreas cultiváveis no continente deverão ser reduzidas. A elevação do nível do mar afetará a pesca nas áreas costeiras.

Na Ásia, acontecerão mais enchentes por causa do degelo no Himalaia. Depois, haverá falta de água à medida em que o gelo for desaparecendo. Mais de um bilhão de pessoas serão afetadas pela escassez. “Os pobres serão os mais atingidos”, declarou Rajendra Pachauri, um dos diretores do IPCC. “E isso inclui até mesmo aqueles que vivem em países ricos. Todos serão afetados.”

O relatório do IPCC ressalta que justamente os países culpados pelas mudanças climáticas — os grandes emissores de gases do efeito estufa — são os que menos sofrerão com elas, além de terem dinheiro para implementar medidas para atenuar os seus efeitos. Esse quadro de grande desigualdade e divisões foi ressaltado por grupos ambientalistas, que exigem que os governos dos países desenvolvidos atuem imediatamente para evitar uma catástrofe que vai atingir os menos favorecidos.

O professor do
Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), o Acadêmico Paulo Artaxo, integrante do IPCC, disse que o Brasil vai sofrer conseqüências importantes, principalmente o agravamento da seca no Nordeste e a redução das chuvas no Centro-Oeste, fenômenos que podem causar perdas agrícolas. Porém, a geração de energia hidrelétrica no Sudeste pode ser beneficiada pelo aumento do volume de chuvas.

“A mensagem principal do relatório é a urgência de implementar um modelo de desenvolvimento realmente sustentável. No Brasil, só teremos a ganhar se conseguirmos reduzir as queimadas na Amazônia e não devastarmos florestas para ampliar a produção de álcool”, disse Artaxo.

O novo relatório alerta também para os efeitos do aquecimento global sobre a saúde humana, com o aumento dos casos de doenças tropicais, das enfermidades provocadas pela falta de água tratada ou pela seca. O coordenador do grupo de Saúde do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o brasileiro Ulisses Confalonieri, afirma que o Brasil poderia ter períodos mais longos de epidemias de verão, como a dengue. Outras doenças, como a malária, poderiam ampliar sua área de distribuição.

“As epidemias de dengue, que hoje vão de dezembro a março, em média, podem ganhar mais um ou dois meses, por exemplo. Outro problema importante são os movimentos migratórios. Se forem confirmados cenários de seca ainda maior em Norte e Nordeste do país (um dos cenários do relatório da ONU), podemos estar diante de novos inchaços das grandes cidades e, com ele, nos ver diante da redistribuição das doenças, problemas sociais com o sistema de saúde, entre outros”, afirma Confalonieri, que é pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

Segundo Confalonieri, foram identificados na cidade de São Paulo cerca de dois mil casos de malária provocados pelo deslocamento da população, seja por movimentos migratórios, seja por caminhoneiros em trânsito pelo país. De acordo com especialistas brasileiros, se nada for feito para conter o aquecimento global, o Brasil poderá registrar nos próximos anos a expansão dos transmissores e, além de um aumento nos casos de dengue, mais casos de doenças como a malária e o cólera. Existe ainda a expectativa de que cresça a população de barbeiros, transmissores do mal de Chagas.
No entanto, estes pesquisadores alertam para o fato de o número de casos destas doenças ser alto no Brasil independentemente do impacto do aquecimento global. A explicação é simples: existe hoje no país uma grande vulnerabilidade, principalmente nas regiões mais pobres em função da falta de alimentação, de educação e de sistema de saneamento básico. Por esta razão, salientam a importância de aumentar os investimentos em saúde pública.
(Jornal O Globo, 7/4)



IPCC desconsidera aspectos relevantes para pesquisadores brasileiros

Muitas dúvidas ainda rondam os efeitos do aquecimento global no planeta. A noção de “consenso”, produzida por pesquisadores de institutos e universidades, acolhe diferenças e divergências importantes. Está em jogo não apenas a necessidade de mais estudos sobre o assunto, mas a seleção e conexão que acontecerá entre os resultados na esfera das decisões políticas.

No Brasil, pesquisadores ressaltam que o documento divulgado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (
IPCC, sigla em inglês) não levou em consideração os dados recentes sobre derretimentos das geleiras e a influência das correntes marítimas na mudança do clima. Diante dos cenários produzidos por cientistas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que também divulgou estudos feitos no final de fevereiro, assume uma postura mais cautelosa tomando os estudos como indicadores e não como verdades absolutas.

Aziz Ab'Sáber, professor emérito de geografia da Universidade de São Paulo (USP), é um dos pesquisadores que tem destacado a necessidade de cautela em relação às informações produzidas, destacando que o relatório do IPCC é um importante instrumento para formulação de políticas, mas avaliando como um erro o fato das influências das correntes marítimas nas mudanças climáticas não terem sido consideradas.

Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ressaltou outro aspecto desconsiderado pelo relatório do IPCC: os últimos resultados apresentados do derretimento de geleiras. Em sua opinião, esses dados podem influenciar em um aumento de até 1m no nível do mar até o final do século XXI. “Isso traz profundas conseqüências para os ecossistemas costeiros, para as populações que habitam as cidades litorâneas como também para as regiões metropolitanas”, afirma. O aquecimento da atmosfera pode influenciar no aumento do nível do mar de duas maneiras: pela expansão do volume da água através da expansão térmica pode e pelo derretimento das calotas polares.

No último 27 de fevereiro, o MMA, publicou o relatório intitulado
Mudanças Climáticas e seus Efeitos sobre a Biodiversidade Brasileira, coordenado pelo professor José Marengo. O estudo foi encomendado em 2004, portanto antes da divulgação do sumário executivo do IPCC, e baseou-se nos dados do Terceiro Relatório de Avaliação (TRA), de 2001. O estudo do MMA, diferente do IPCC, leva em consideração os dados sobre o derretimento das geleiras e conclui, em relação ao aumento do nível do mar, que o aquecimento pode “provocar um empilhamento de até 20 cm de água na costa do Rio de Janeiro, e calçadões, casas e bares construídos à beira mar poderão ser destruídos”. Cerca de 42 milhões de brasileiros, ou 25% das pessoas que vivem em cidades do litoral, seriam atingidas pela elevação do nível do mar, prevê o estudo.

O estudo analisou o comportamento da água e da temperatura do ar ao longo do século passado, e fez projeções sobre como será o clima brasileiro nos próximos 90 anos. Previsões que apontam para graves conseqüências não apenas para as zonas costeiras, mas para todo o território brasileiro. Os cenários, passados e futuros produzidos pelas pesquisas, colocam em questão os rumos a serem tomados daqui para a frente, tanto na própria academia, como nos órgãos do governo envolvidos na formulação de políticas públicas que visem conter os efeitos do aquecimento global, ou pensar em medidas adaptativas para que a população não sofra consequências desses efeitos.

Por exemplo, para Wagner da Costa Ribeiro, professor de Geografia da Universidade de São Paulo, é preciso focar agora em novos estudos sobre eventos extremos - chuvas fortes, nevascas e secas mais intensas - que serão mais freqüentes, em especial nas áreas metropolitanas. “O que devemos fazer é projetar o cenário de aumento de 2° C em média no Brasil - na visão otimista e 4° na visão pessimista - e avaliar em que medida isso afetaria a dinâmica pluviométrica, a oferta hídrica, e em que medida isso afetaria o deslocamento da população”, defende.

Em sua opinião, “uma das questões que deveríamos estar muito preocupados é o deslocamento populacional pelo agravamento das questões ambientais”. A possibilidade de que o aumento do nível do mar atinja as cidades litorâneas coloca em discussão a remoção e realocação da população que genericamente tem sido chamada de “refugiados ambientais”.

Representantes do MMA têm afirmado em diversos jornais e revistas que os estudos sobre as mudanças do clima devem ser vistos com muita cautela. Primeiro, porque as metodologias usadas nas pesquisas não são iguais, e geram resultados diferenciados; segundo, porque as políticas públicas a serem formuladas a partir dos resultados não podem ser equivocadas, pois trariam prejuízos de diversas dimensões.

Durante o 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, realizado entre os dias 11 e 12 de março, no Rio de Janeiro e organizado pela ABC e pelo INPE, pesquisadores apontaram a possibilidade do impacto do aquecimento global na Amazônia desequilibrar todo o sistema climático daquela região, levando à savanização da floresta. As pesquisas que Carlos Nobre desenvolve no INPE indicam que é muito forte essa possibilidade. Segundo o pesquisador, a floresta equatorial pode se tornar semelhante ao sertão ou ao cerrado do Brasil, porém bastante empobrecida, com uma fisionomia semelhante ao cerrado, mas com uma diversidade biológica bem inferior.

A savanização da Amazônia não é consensual entre pesquisadores brasileiros. Aziz Ab'Sáber, não concorda com as especulações a respeito das conseqüências do aquecimento na Amazônia e destaca que elas precisam ser vistas com muito cuidado. Para o geógrafo, a Amazônia não vai virar cerrado, o que pode acontecer, devido ao aquecimento da atmosfera, é uma alteração apenas nas bordas da floresta e a penetração de novos minibiomas. “Mas é certo que a floresta vai continuar, pois a oeste, os regimes de chuvas não deverão ser muito afetados”, afirma.
( Com Ciência, Unicamp, 26/3)
EIS AS MINHAS REFLEXÕES CRITICAS:


Esta seca(estiagem) que ultimamente vem acontecendo na região Sul do Brasil, Uruguai, Argentina...Não é devido o Aquecimento Global... E sim, devido a ocorrência do La Niña...Muito chuva no Norte/Nordeste... E Estiagens no Sudeste e Sul...Fenômeno meteorológico inverso ao "El Niño"...Acontece o contrário...Lógico que...Tudo isto...Dentro de uma normalidade climatológica...
Entretanto, o que está ocorrendo ultimamente (Dentro desse novo Milênio)... São "Fenômenos Climatológicos”... Que nem a "Ciência Meteorológica”... Elaborada pelos seus "Doutores"...Sabe explicar...

Pois, O que estar se vendo nos Relatórios do IPCC da ONU...Aonde estes mencionados "Relatórios"...Afirmam que com as "Mudanças Climáticas"...Haverá "Savanização da Amazônia, aumento da Aridez do Semi-árido Nordestino Brasileiro...E muita "Enchentes"...No Sudeste e Sul do Brasil...E pelo visto, isto não vem ocorrendo...Agora, Pergunta-se como explicar isto?


Já referentes ao aumento dos níveis dos mares e oceanos...

Para o Acadêmico, Ab'Saber. o maior risco trazido pelo aquecimento global seria a elevação excessiva do nível do mar. Mas ele questiona os modelos utilizados para medir esse aumento. “O problema existe, mas avaliar as conseqüências desse aquecimento em relação ao novo degelo das montanhas e bordas dos pólos é mais difícil”, afirma Ab'Saber. “Porque cada autor faz um cálculo diferente do impacto para o nível do mar. As cidades podem ser invadidas pelas águas daqui a 200, 300, 500 anos, ninguém sabe. Estou elaborando uma tabela com os dados desencontrados de vários autores: falam em elevações anuais de um milímetro até um centímetro.”

O cientista defende a idéia de se medir dentro de 50 anos exatamente qual foi a elevação do nível do mar para que então se possa tomar medidas, baseadas em fatos concretos, para evitar maiores catástrofes, sobretudo nas cidades costeiras que, nas palavras do pesquisador, poderiam se tornar “multivenezas caóticas”.


Entretanto, faço minhas ressalvas do não “Aumento dos Níveis dos Mares e Oceanos”...

É que este estudos(os relatórios do IPCC)...Não estão levando em consideração, alguns fatores determinantes de questão:

Se sabe que o “Ciclo Hidrológico”...Diariamente, que seja verão, inverno, outono e/ou primavera...Que seja no Hemisfério Norte e/ou no Hemisfério sul...Tira(evapora) dos mares e oceanos...Bilhões de metros cúbicos de água... E toda esta água...Do ciclo hidrológico, ou seja das chuvas...Nem 30% volta para os mares e oceanos...Pois, uma grande parte a própria “Biomassa”, a consume...Afora, outra grande parte, se infiltra para o lençol freático...E outra, parte,fica retida nos lagos naturais e artificial construída pelo homem...E estes mencionados “Relatórios do IPCC da ONU...Não leva isto em consideração...

Outro fatores preponderantes de tudo isto...É sobre a “Deriva dos Continentes”...Obviamente, com a Deriva dos Continentes, as “Fossas Abissais”, existentes no Fundo dos Mares e Oceanos...Tenderão a aumentarem muito mais...Levarão os Níveis dos Mares e Oceanos...proporcionalmente, a diminuírem...Ou seja,a se afundarem devido a crescente aberturas destas mencionadas fossais abissais...

E sobre a “Elevação dos continentes”...Decorrente da própria “Derivação dos continentes...Um exemplo palpável disto, é sobre a crescente elevações das Cordilheiras dos Andes e do Himalaia...Se tem “Estudo Cientifico”...Que “Afirmam”...Aonde o Himalaia a cada 10(dez) anos...sobe 5cm(cinco) centímetro...

E finalmente, com “Degelos”...Das “Calotas Polares”...das “Geleiras Continentais...Estas mencionas localidades...Perderão “Massa e Peso”...Obviamente, levando “elas”...Proporcionalmente, a se emergirem...

Em suma, ao meu vê, falta um “Estudo"...Mais específico sobre tudo isto...Abordado anteriormente....




PEDRO SEVERINO DE SOUSA
www.pedroseverinoonline.blogspot.com
JOÃO PESSOA(PB), 18.05.2009








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