Transposição das águas do Rio São Francisco começará em dois meses na Paraíba
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PAC: Programa de Aceleração do Crescimento
Dentro de dois meses começará, em Monteiro, a construção de um dos dois eixos do projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. As obras demandarão, até o próximo ano, R$ 4,8 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e o investimento inicial apenas na Paraíba chegará a R$ 1,22 bilhão. No final de 2009, os canais do Eixo Norte e Leste já estarão percorrendo 134 quilômetros em terras paraibanas e beneficiarão, além da Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
A previsão do Ministério de Integração Nacional é de que 2,5 milhões de habitantes em 127 municípios paraibanos sejam beneficiados. Além disso, serão gerados cerca de três mil empregos. Em 15 dias, a prefeitura de Monteiro irá criar um Banco de Emprego Municipal (BEM) para disponibilizar mão-de-obra local às empresas do consórcio que trabalharão na obra. É esperado aumento de 50% na economia local.
Comerciantes e trabalhadores se animam com a chegada do canal que, além de matar a sede, promete saciar necessidades como emprego e renda. No Canteiro de Obras de Sertânia (PE) as informações são racionadas e o acesso é restrito. Todo trabalho está sendo desenvolvido em ritmo acelerado, inclusive no turno da noite. São tratores, caçambas e operários trabalhando durante todo o dia para que a obra fique pronta e tenha sua primeira etapa inaugurada no ano que vem.
O projeto de Integração do rio prevê a construção dos canais Eixo Norte e Leste, divididos em 14 lotes. Aproximadamente 12 milhões de habitantes dos quatro estados serão beneficiados com a obra, que também prevê geração de empregos, e inclusão social. Até agora, só 14% realizados De acordo com o coordenador geral de Campo do Escritório Regional do Ministério de Integração Nacional de Salgueiro (PE) Frederico Fernandes de Oliveira, atualmente, 14% da obra já está pronta e, nos próximos meses, serão iniciadas as construções no estado da Paraíba. “No Eixo Norte, os trabalhos de mobilização de pessoal foram recentemente iniciados no Lote 7 (municípios envolvidos: São José de Piranhas e Cajazeiras), no final deste lote as águas do São Francisco irão desaguar na Barragem Engenheiros Ávidos, Coremas e Mãe d’Água. Ainda no Eixo Norte, o Lote 14 já contratado, e que tem por objeto a construção dos túneis Cuncas I e Cuncas II, este último localizado no Estado da Paraíba, tem previsão de início nos próximos 60 dias”, informou o coordenador. Frederico disse também que no Lote 12 do Eixo Leste, que se inicia em Sertânia (PE) e chega ao estado da Paraíba em Monteiro, já está mobilizado na região de Custódia (PE) com máquinas e pessoal.
Segundo ele, a previsão é de que já nos próximos meses sejam iniciados o desmatamento e escavação nos terrenos paraibanos, para que o Eixo Leste fique pronto no próximo ano.
O Coordenador explica os gastos O coordenador geral de campo dos dois Eixos do projeto São Francisco também informou como serão os investimentos no estado da Paraíba. “Em valores iniciais e somente dentro da Integração de Bacias do Projeto São Francisco (Eixo Norte e Leste) serão investidos mais de R$ 1,22 bilhão exclusivamente em obras dentro do Estado da Paraíba.
Pela solicitação urgente, este número não contempla os custos de implantação das Vilas Produtivas Rurais e nem os equipamentos elétricos e mecânicos que ainda não foram computados exclusivamente para o estado da Paraíba”, explicou. Conforme Frederico, a obra pode gerar até três mil empregos. “É uma estimativa, mas os números de outros lotes (em plena execução) mostram que teremos em torno de 1.200 empregos por lote.
Fazendo uma projeção incluindo os trabalhadores que construirão as Vilas Produtivas, o Estado da Paraíba terá mais de três mil empregos diretos”, destacou. Segundo o coordenador, o Ministério da Integração Nacional inseriu cláusula nos contratos de execução das obras de todos os 14 Lotes do Projeto São Francisco, determinando que a mão-de-obra alocada deverá ser preferencialmente local. Hoje, a realidade mostra que toda a mão-de-obra disponível na região da obra está empregada. Integração do rio passa por 3 cidades da PB O projeto de Integração do Rio São Francisco vai desenvolvido na Paraíba em três municípios: Monteiro, São José de Piranhas e Cajazeiras.
De acordo com o coordenador de Desapropriação do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), Rubem Lopes, ao todo na Paraíba 475 terrenos foram desapropriados para a construção da obra. Só no município de São José de Piranhas, que terá a maior extensão do canal, foram 322 terrenos desapropriados. Em Monteiro o órgão desapropriou 104 terrenos. Entretanto, apenas 147 dos proprietários, o equivalente a 30% do total, foram indenizados até agora. O Governo Federal já encaminhou R$ 22 milhões para as compensações. Rubem Lopes informou que os proprietários que ainda não receberam indenização estão ajustando o valor através de acordo judicial. E este é mais um fator que dificulta o início do processo no Estado.
"As empresas que irão executar as obras dos 16 lotes do Eixo Leste já receberam ordem de serviço para começar as atividades”, afirmou. Desapropriação No município de Cajazeiras foram 49 terrenos desapropriados e em Monteiro foram 104.
O Governo Federal está desapropriando uma área de aproximadamente 150 metros de largura no caminho por onde seguirá o canal. O valor da indenização será calculado com base em um estudo sobre o tipo de solo da propriedade (cascalho, chapada ou aluvião) e o valor de mercado em cada município. Reservatórios contemplados Frederico Fernandes, coordenador geral de Campo do Escritório Regional do Ministério de Integração Nacional de Salgueiro (PE), informou que, em sua maioria, o canal atravessará o Estado em seção aberta (em torno de 134 km). Três grandes reservatórios estão contemplados (capacidade total de 365 milhões de metros cúbicos). Também serão executados 12,6 km de túneis, 8 km de aquedutos, 4 km de adutoras e mais de 250 casas dentro das Vilas Produtivas Rurais (Programa de Reassentamento de Populações na Faixa de Obras).
O coordenador de campo do Eixo Leste, Lusbene Cavalcante, disse que a obra depende apenas de liberação judicial que está analisando a documentação dos proprietários indenizados. O canal vai percorrer aproximadamente 20 km até encontrar o leito do Rio Paraíba, que corta o Centro da cidade. A obra entrará no Estado pelo povoado de Pernambuquinho, seguindo pelos Sítios Mulungu I e II, Pau D’arco, Tamanduá e chegando à zona urbana. Foi confirmada instalação de cinco Vilas Produtivas Rurais no Sertão paraibano que beneficiarão mais de 250 famílias.
Os pesquisadores estão estudando a criação de mais uma Vila em Monteiro, na Fazenda Lafayete. Nos municípios pernambucanos, onde as obras já foram iniciadas desde outubro de 2008, os comerciantes verificaram aumento na movimentação econômica e crescimento de seus estabelecimentos para suprir a demanda gerada pelas obras. Alguns restaurantes já fornecem pacotes de três refeições diárias e hotéis ampliam a oferta de quartos.
Além disso, terrenos de sítios e povoados têm valorização de 400%. 14 litros captados a cada mil despejados Para a construção dos 220km de canal do Eixo Leste que vão beneficiar a Paraíba e Pernambuco, o PAC irá destinar R$ 1,9 bilhão. Além da obra do canal, serão construídas estações de bombeamento, reservatórios, túneis e aquedutos. A captação de água desse eixo será no reservatório da barragem de Itaparica, na Bahia. Dos 1.815 metros cúbicos de água que são despejados por segundo no mar, apenas 26,4 metros cúbicos por segundo serão retirados de forma controlada, ou seja, a cada mil litros de água do rio, apenas 14 litros serão retirados pelo canal de integração. Já o Eixo Norte, irá beneficiar os estados do Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte e demandará R$ 2,9 bilhões. Esse canal terá 402km de extensão e também terá estações de bombeamento, reservatórios, túneis e aquedutos.
O Eixo Norte irá captar água da Barragem de Areias, em Pernambuco. Só no ano passado foram aplicados R$ 581 milhões na obra. Até este ano já foram contratados mais de R$ 3 bilhões e pagos R$ 353 milhões. Até o mês passado, as obras do Eixo Leste já haviam avançado quase 6% e do Eixo Norte, quase 7%.
De acordo com dados do Ministério da Integração Nacional, a água que será retirada do rio São Francisco equivale a 1,4% da água que percorre 2.863km de seu leito até desaguar no Oceano Atlântico. O projeto ainda prevê a criação de uma central de tratamento margeando o canal. Além disso, cada comunidade terá um ponto de abastecimento com água tratada. Os canais terão cinco metros de profundidade e 25 metros de largura. Revestimento de membrana sintética impermeável com recobrimento de manta e concreto. Eles passarão por 50km de túneis e 16 quilômetros de aquedutos (passagens suspensas), para que a água atravesse serras e vales. Também serão construídas 11 estações de elevação para que a água suba elevações de até 300 metros. Depois disso, a águas irão descer por gravidade, gerando energia no percurso onde serão instaladas seis hidrelétricas.
O Comércio espera crescimento de 50% Mais de 100 currículos já foram encaminhados para o programa “Gente de Bem”, uma espécie de sistema de emprego municipal, que irá cadastrar profissionais locais para colocá-los à disposição do consórcio de construtoras responsável pela execução da obra, e que deverá começar a funcionar em 15 dias.
Todo o comércio local de Monteiro prevê crescimento econômico em torno de 50% e ampliação do fluxo de visitantes na cidade. A prefeita do município, Edna Henrique, informou que já é perceptível na cidade o clima de ansiedade que contamina moradores e comerciantes. “A felicidade é grande.
Esse projeto é a realização do sonho de todos nós nordestinos. Estamos buscando conscientizar a população para a importância de recebermos uma obra como esta”, afirmou a prefeita. Edna Henrique também disse que já se percebe o aumento do fluxo de visitantes. “Desde o começo do ano, estamos recebendo engenheiros, biólogos, topógrafos e pesquisadores do projeto, procurando a cidade. Muitos deles já estão até morando na cidade. Muita gente está até adquirindo terrenos e reformando casas para colocá-las à disponibilização dos engenheiros”, disse a prefeita.
E continuou: “Nós tivemos uma boa experiência recentemente com a festa de São João, quando pudemos receber muitos visitantes e perceber os pontos fracos da cidade”. Monteiro terá R$ 315 milhões. De acordo com o secretário de Administração Ricardo Jorge de Almeida Menezes, os setores que sentirão o maior impacto econômico serão aqueles ligados à alimentação, hotelaria e suprimentos. “Recebemos informações de que foram liberados somente para a obra em Monteiro, R$ 315 milhões.
Isso irá provocar uma injeção na economia local. E é bom salientar que esta obra deverá durar em torno de dois anos. Esperamos que haja um crescimento de 50%. Já estamos nos preparando para fazer as parcerias necessárias”, destacou.
Ricardo Jorge contou que há seis meses surgem investimentos na cidade. “São loteamentos, pousadas, hotéis, apartamentos. Tudo isso porque acreditamos que no final de agosto ou setembro teremos bons dividendos”, disse. O secretário destacou ainda que, apesar de a prioridade de consumo da água trazida pelo canal ser o consumo humano, o projeto irá ampliar o potencial agrícola da região. “Podemos explorar alternativas viáveis, como irrigação por gotejamento ou outras formas de cultivo”, finalizou. Empresas reforçam pessoal A proprietária de um hotel e restaurante de Monteiro, Samira Gomes Conrado, 39 anos, contou que irá ampliar os equipamentos de seu restaurante e contratar mais pessoal para receber o fluxo que percebe no município pernambucano vizinho. Da mesma forma, a gerente comercial Gesilda Ferreira Alves, 27, está animada com a promessa de crescimento da atividade econômica e já planeja aumento de 50% no número de funcionários.
Samira contou que seu hotel tem 20 quartos e a procura dos clientes já começou a crescer. “Ainda ontem nós estávamos hospedando dois topógrafos que vieram fazer o reconhecimento do campo por onde vai passar o canal. Quando as obras estiveram aqui, o movimento deverá subir mais que 30%. Pelas notícias que chegam dos visitantes, essas construções estão trazendo crescimento da economia das cidades e eu também espero ganhar muito dinheiro com isso”, afirmou animada a proprietária.
A gerente de um supermercado, Gesilda Ferreira, contou que atualmente o estabelecimento onde trabalha possui 18 funcionários, mas esse número deverá aumentar nos próximos meses. “Nós recebemos por dia cerca de 500 clientes.
Quando as obras do canal chegarem aqui, esse número deverá subir de 800 a mil por dia. Isso com certeza vai gerar mais empregos. Teremos que contratar mais uns oito ou nove funcionários, além de ampliarmos o estoque e variedade de mercadorias”, explicou.
Água também para plantar A floricultora Maria Luzinete, mostrou à equipe do Correio o local onde foram colocados os marcos geográficos por onde passará o canal do Projeto São Francisco, feitos em 2005 por pesquisadores e topógrafos. A floricultora acredita que a obra é sinônimo de desenvolvimento da agropecuária local. Ela conta que perdeu 60% de seu cultivo de flores porque a água que utilizava para regar as plantas era salobra, retirada de um poço. “Ainda que o principal destino da água seja para beber, acredito que, com essas obras eu e os outros agricultores daqui poderemos ter mais chance de ver essas plantinhas brotarem. A gente enfrenta muita dificuldade por falta de condições e vemos o canal como uma solução. Até porque água é vida, né?”, disse.
FONTE:
Vitrine do Cariri
CP - Marcelo Rodrigo
6 comentários:
Não entendo para que tanto túneis. Por que não fazer como Deus faz quando da evidência de chuvas na região, isto é não se despeja água nas cabeceiras do riacho Santa Inês, Piancózinho e cabeceiras do rio Espinharas perenizando três importantes cursos d’água na qual a declividade se encarregaria de perenizar estes rios e riachos socializando o acesso da água de um número muito maior de pessoas e regiões. O polêmico e caro projeto atual passa perto das cabeceiras do riacho Santa Inês e vai despejar água lá na frente no Alto Piranhas o que na minha opinião encarece bastante o projeto. No meu entendimento o projeto não foi bem elaborado. O rico em água RN no momento não necessita de transposição. As grandes empresas de fruticultura irrigada estão abandonando o Vale do Açu devido a duas cheias consecutivas onde houve grande perda de plantação de bananas. Há a barragem do Açu, Barragem do Umari, Barragem de Santa Cruz e o aqüífero Açu com grande potencial hídrico ainda pouco explorado.
MEUS PARABÉNS EUGÊNIO FONSECA PIMENTEL...VEJO ASSIM TAMBÉM...
Caro Pedro Severino de Sousa. Você é um pesquisador com profundo conhecimento sobre rio Açu ou Piancó, principalmente na sua média e superior, cujo substrato rochoso é constituído por rochas fazem parte do embasamento cristalito formado principalmente por ortognaisses, granitos e migmatitos. Já eu, modéstia parte, conheço bastante o rio em na sua porção inferior, constituída por uma porção de rocha de escudo cristalino e principalmente por rochas sedimentares que fazem parte dos sedimentos pertencentes ao Grupo Apodi - Bacia potiguar. Por esta razão este importante rio do Brasil não possui um com comportamento hidrogeológico uniforme em toda extensão. Nas regiões situadas no embasamento predomina o escoamento rápido enquanto em rochas sedimentai predomina a infiltração de água de chuvas e água que vem aí da Paraíba e porção sul do RN que chegam no arenito porção contribui consideravelmente para a recarga aqüífero Açu, reconhecido por regionalmente por seu grande potencial hídrico. Com água de boa qualidade. Na sua região é mais interessante por apresentar um solo, não raro, raso aconselho a construção de Açudes e barragens subterrâneas. Já na minha região de natureza sedimentar a perfuração de poços profundos no arenito na ordem de 100 a 130 metros. Na região calcária os poços devem ser mais profundos na ordem de 250 a 300 metros, pois atravessam a camada de calcário e vai encontrar água de boa qualidade no aqüífero. De maneira simples criei um projeto/programa denominado de ADEUS CARRO PIPA e estou graças ao bom Deus tendo êxito. Já resolvi o problema de falta de qualidade nas comunidades/assentamentos rurais de Bom Lugar II e Palheiro IV, onde a prefeitura todos os anos, a partir do mês de setembro, gastava uma quantidade razoável de dinheiro com o aluguel desses carros pipas. Algumas vezes, de maneira simples se resolve o problema de escassez de água em determinadas regiões do semi-árido brasileiro. Mande seu e-mail para mandar vários arquivos que tratam da questão em apreço. OK.
24 de Setembro de 2009 21:34
Caro Pedro Severino.
Faço a revisão do texto e quando vou publicar vem diferente faltando algumas palavras e concordancia verbal e nominal.
Existe alguem fazendo este mal. Não tem nada o que vale é a ideia.
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