É de conhecimento de todos, que as chuvas no semi-árido do Nordeste do Brasil, é mal distribuída no tempo e no espaço... E que sua causa provável, talvez seja, devido a sua diversidade topográfica de sucessivas serras, planaltos e chapadas... Contrapondo a isto, existem as pequenas planícies, vales e depressões, caracterizando, portanto, a uma região de revelo heterogêneo, ou seja de altos e baixos...Contudo, se tivesse uma topografia só de planalto ou de planície, provavelmente, teria uma estação chuvosa regular. Um exemplo disto, é sobre a estação chuvosa da Amazônia, que é abundante, e estar dentro de uma imensa planície... Evidentemente, não só a planície amazônica, formou esta colossal Bacia Hidrográfica, que detém 11,6% de toda água doce superficiais da hidrosfera terrestre disponíveis ao homem. Sobretudo, devido a sua localização geográfica, por estar dentro dos trópicos, principalmente, na sua faixa equatorial, por ter verão o ano todo...
Obviamente, tem um intenso e permanente calor, suscitando uma intensa evaporação das águas de sua bacia hidrográfica fluvial (que é imensa), mais (+) a evapotranspiraçao, através da fotossíntese desta grandiosa floresta Amazônica, afora as umidades vindas do oceano atlântico, que são canalizadas neste planisfério vasto ecossistema amazônico, favorecendo as chuvas...
Porventura, alguém pergunta, se a faixa equatorial africana, é tão chuvosa, quanto na faixa equatorial amazonense? É evidente que não., A faixa tropical africana, ou melhor, a faixa equatorial,*(nunca teve), não tem e nunca terá a prerrogativa natural de ter uma imensa bacia hidrográfica, como na Amazônia, **quase totalmente coberta por água, que torna susceptível a intensa evaporação, aonde não é água, é floresta (onde é o pulmão do mundo), que também, é susceptível a grande evapotranspiração, através da fotossíntese...
Entretanto, todo continente africano, próximo ao litoral do oceano Indico, é cortado transversalmente do norte ao sul, por altos planaltos e montes, principalmente em sua faixa equatorial, onde fica o monte kilimanjaro, entre Uganda, Quênia e a Tanzânia, impossibilitando pelo visto, em parte, o avanço de massas úmidas para o interior do continente africano...E que por via de conseqüência, privando o continente africano de densas florestas, predominando as savanas africanas, que tem uma certa semelhança com o cerrado mato-grossense e a caatinga do sertão nordestino brasileiro...Privando também, de grandes bacias hidrográficas, que a grande maioria de seus rios, nascem e morrem, dentro próprio continente africano. Que dentro de pouquíssima exceção, se destaca o Rio Nilo, que nasce no Monte Ruvenzori em Uganda, atravessando o Sudão e o Egito, desaguando no Mar Mediterrâneo. Entretanto, entre os escassos recursos hídricos africanos, merece destaque o lago Vitória, o segundo do mundo, só perdendo para o lago Superior, que fica, entre o Estados Unidos (EUA) e Canadá. E mesmo assim, deve-se ressaltar, que o lago Vitória, fica em plena faixa equatorial africana, dentro do planalto dos grandes lagos, entre os Países de Uganda, Quênia e Tanzânia, e estar bem próximo a monte Kilimanjaro.
Outra região, que é duplamente beneficiada por chuvas de planície e de planalto, é o Pantanal Mato-Grossense. Por ter excelentes índices pluviométricos, e estar encostado (vizinho) a Bacia Platina, que tem vários rios caudalosos, como os Rios Paraná, Paraguai, e o Uruguai, que deságuam no Rio da Prata... Além das baias fluviais, lagos e lagoas, formando uma grande bacia hidrográfica, susceptível a uma intensa evaporação para a formação de chuva no Pantanal Mato-Grossense e até mesmo, na formação de chuvas no Planalto Central Brasileiro, precisamente nas serras do Roncador e do Caiapó, e que quase, como efeito dominó, as chuvas precipitadas sobre as referidas serras (do roncador e do caiapó), são drenadas para o próprio Pantanal Mato- grossense...
O semi-árido, ou melhor, o Polígono das Secas, compreende desde do Norte de Minas Gerais, indo até ao Piauí, incluindo até mesmo seu litoral e do Ceará, inclusive sua capital Fortaleza...
Dentro do Nordeste, só o Estado do Maranhão, estar livre do polígono das secas, devido, receber influência da estação chuvosa do Meio-Norte, precisamente do estado do Pará. Em conseqüência disto, tem uma estação chuvosa abundante, para não dizer amazônica.
Dentro do Nordeste, só o Estado do Maranhão, estar livre do polígono das secas, devido, receber influência da estação chuvosa do Meio-Norte, precisamente do estado do Pará. Em conseqüência disto, tem uma estação chuvosa abundante, para não dizer amazônica.
Segundo o dicionário Aurélio, semi-árido, que dizer, quase seco, de pouca umidade...Dentro da climatologia, regiões semi-áridas, são regiões de poucas chuvas...E que até mesmo em ano chuvoso, são chuvas mal distribuídas no tempo e no espaço... Agora como explicar a semi-aridez e estar dentro de um polígono? Este fenômeno de secas periódicas no Nordeste, provavelmente, se justifique devido à heterogeneidade de seu revelo, de serras e vales...As sucessivas cadeias de serras, como a chapada do Araripe, que se estende de Pernambuco ao Ceará, o Planalto da Borborema, que vai desde da divisa da Paraíba, com o Rio Grande do Norte, até o extremo oeste de Pernambuco divisa com o Ceará, que se junta em cadeia com a serra do Araripe, e mais (+) a Chapada Diamantina na Bahia, fechando hermeticamente o polígono, formando o polígono das secas...Já referente, a semi-aridez no norte de Minas Gerais, é devido à conjunção das cadeias de Serras, desde da Serra da Canastra, localizada a sudoeste de Minas Gerais, com a Serra do Espinhaço (mais a leste), que por sua vez se junta à parte meridional da chapada Diamantina...
...Pelo visto, essas sucessivas cadeias de serra, planalto e chapada (Araripe, Borborema e Diamantina), em anos de El Nino, vem obstruir (barrar) em parte, a passagem das umidades trazidas pelas frentes frias e/ou massas de ar úmidas oriundas do oceano Atlântico, principalmente de Janeiro a Março, para essas regiões sertanejas e norte de Minas Gerais. E até mesmo, algumas frentes frias e as massas de ar úmidas, que quando chegam ao norte de Minas Gerais e ao semi-árido nordestino, não encontram umidade suficiente para formação de chuvas, configurando deste modo, os anos de "estiagens", ou melhor, de secas... E que, as poucas chuvas, que ocorrem nestas referidas regiões, em ano de "estiagem", ou melhor, em ano de "El Nino", são, justamente, em suas regiões serranas de planaltos e chapadas (que são os brejos do norte de Minas Gerais e os brejos nordestinos) e na sua faixa litorânea, desde do Piauí até a Bahia, exceto o norte de Minas Gerais, por não possui litoral. Talvez, por isso, explique, as irregularidades espaciais das chuvas no semi-árido brasileiro...
Gosto de citar, só como exemplo, que dentro da climatologia terrestre, existem diversas localidades e regiões, que são áridas e semi- áridas, devido a obstruções (barramentos) de correntes de umidades feitas pelas as serras, montanhas e cordilheiras para as suas regiões adjacentes e por via de conseqüência, formado deserto...Um exemplo mais palpável disto, é o deserto do Atacama no Chile, devido obstrução das umidades das correntes marítimas do Pacifico, pela Cordilheira dos Andes, que porventura, viria para este mencionado deserto chileno...
Já as irregularidades temporais das chuvas, decorrem dos anos de El Nino (de poucas chuvas) e La Nina (de muita chuva)... É bom ressaltar, que em ano de El Nino, até na Amazônia, diminui a sua umidade relativa do ar, e que em conseqüência disto, diminui seus índices pluviométricos... Mais outra razão em ano de El Nino, da semi-áridez do polígono das secas. Até porque, as chuvas formadas dentro polígono das secas, principalmente de Março até Junho, recebem influência direta das convergências de umidades intertropicais, vindas da Amazônia...
Em suma, donde se conclui, que o El Nino e os Planaltos, as cadeias de Serras e as Chapadas, determinam a escassez de chuvas e suas irregularidades no tempo e no espaço, no semi-árido brasileiro...Na ausência do El Nino, atua o La Nina, que vem estabelecer as condições normais das estações chuvosas no nosso Semi-árido...Agora, entretanto, não vem explicar as causas, desta situação atípica dos três últimos Janeiros, de chuvas abundantes, bem acima da média histórica, principalmente em Janeiro de 2004...Alguns meteorologistas, defenderam algumas possíveis causas, dizendo que foi devido à conjunção dos sistemas atmosféricos, favoráveis a formação de chuvas abundantes, como, La Nina, frentes frias, vórtice de umidades intertropicais, etc... Não dizendo, as causas da conjunção desses mencionados sistemas atmosféricos...Quando interpelados, sobre as possíveis causas, desta "Conjunção atmosférica", disseram que as causas desta mencionada conjunção atmosféricas, foram devido ao superaquecimento das águas do oceano atlântico tropical, principalmente na sua faixa equatorial, decorrente do intenso calor do verão no mês de Janeiro no Hemisfério Sul...Ora, desde os primórdios da civilização humana, depois da invenção do calendário para medição do tempo, e obviamente, com o conhecimento da Geografia, sabe-se, que existe o calor do verão em Janeiro no hemisfério sul...Partindo, deste pressuposto, pergunta-se, por quê, só nestes três últimos Janeiros, superaqueceu as águas do oceano atlântico tropical? Será que foi por causa do aquecimento global?. Se sim, ótimo (pelo menos no mês de Janeiro) para nós Nordestinos, e péssimo, para os Sulistas, Paulistas, Cariocas e uma grande parte dos Mineiros...Até porque o aquecimento global é crescente...Consubstanciando esta premissa, se vê que, são crescentes os índices pluviométricos no semi-árido brasileiro...E, uma prova inconteste disto, são os três últimos Janeiros (2002, 2003 e 2004)... Enquanto que, no Centro-Sul, nos respectivos meses e anos, ou seja, os Janeiros de 2002, 2003 e 2004, decresceram os seus índices pluviométricos...
(*),(**)= Deve-se ressalvar, em dizer que, a faixa equatorial da continente africano,* nunca teve uma bacia hidrográfica, **quase totalmente banhada por água, como na bacia amazônica...Entretanto, se for considerar o planeta terra antes das deriva dos continentes na pangéia, continente antigo que, conforme certa teoria, era constituído pela reunião dos atuais continentes, os quais teriam surgido pela fissura do bloco original. Só depois da deriva dos continentes, que se definiu a continentalidade das regiões do planeta Terra...Todavia, não só a faixa equatorial africana, como toda superfície terrestre, era coberta por água...Uma prova palpável disto, é que no monte Everest no Himalaia, a 8.868m de altitude, encontraram fósseis de peixes... Agora, como explicar, que depois da deriva dos continentes, veio aflorar a superfície terrestre, com se encontra hoje? E essa água que cobria toda superfície terrestre foi parar aonde?... E que, segundo a hidrologia, toda massa hídrica da hidrosfera terrestre, não diminui, só muda de local...
Obviamente, com a deriva dos continentes (que existe até hoje), formou e ainda forma (considerando o tempo geológico), enormes abismo, na maioria deles, abissais, que são profundezas oceânicas, abaixo de dois mil metros e de enormes distancias de milhares de quilômetros, nesses abismos, sobretudo, entre a América do Norte e a Europa, e não menos grandioso, entre América do Sul e a África... Não entrando nos pormenores desta questão, só aí explica, para aonde foi a água que cobria toda superfície terrestre, antes da deriva dos continentes...
DO AUTOR DO LIVRO: ÁGUA: A ESSÊNCIA DA VIDA
PEDRO SEVERINO DE SOUSA
João Pessoa (PB), 25 de fevereiro de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário