segunda-feira, 14 de abril de 2008

VÓRTICES CICLÔNICOS



VÓRTICES CICLÔNICOS DA ALTA TROPOSFERA QUE ATUAM SOBRE A REGIÃO NORDESTE DO BRASIL


Nury O. de Calbete; Manoel gan(*) e Prakki Satyamurty

1-Introdução

Um dos principais sistemas meteorológicos que provoca alterações no tempo da região Nordeste do Brasil é o vórtice ciclônico da alta troposfera. Origina-se sobre o Oceano Atlântico entre a faixa de 20oW-45oW e 0o-28oS e quando penetra no Brasil produz tempo bom na região sul e central do Nordeste e chuvas no setor norte do Nordeste (Gan e Kousky, 1986). Os vórtices ciclônicos em altos níveis que atuam sobre a Região Nordeste (NE) são de origem tropical e em geral são persistentes. Frank (1970) observou que o tempo de vida dos ciclones tropicais frios varia consideravelmente, de algumas semanas a algumas horas. Ele apresenta um núcleo relativamente frio em relação a sua periferia, com subsidência que inibe a nebulosidade no seu centro. Os vórtices deslocam-se lentamente do oceano para o continente e vice-versa.

Nebulosidade e instabilidades ocorrem nos setores leste e nordeste do vórtice. A
Figura 1 mostra aglomerados de cumulonimbus na costa norte do Nordeste, associados a um vórtice ciclônico, os quais provocam chuvas intensas nessa região; próximo ao centro existem cumulonimbus devido ao efeito da variação diurna. A sudeste do vórtice ciclônico existe uma frente fria com posicionamento quase norte-sul, a qual provoca chuvas ao longo da zona frontal e tempo bom à sua retaguarda. Em casos quando a configuração vórtice-frente permanece por vários dias pode se ter uma situação de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).


Os vórtice ciclônicos da alta troposfera que atuam no NE são observados nas estações de primavera, verão e outono, com máxima frequência no mês de janeiro. A vida média


Desse sistema varia consideravelmente, uns duram apenas algumas horas, enquanto outros mais de duas semanas. A trajetória dos vórtices é irregular, porém existe uma tendência para ser anticiclônica, iniciando o círculo sobre o oceano Atlântico Sul nas latitudes subtropicais. A formação deste sistemas ciclônicos coincide com a época do ano onde o escoamento em altos níveis (200 hPa) apresenta-se meridional, de sul a norte, sobre o Brasil a leste do meridiano de 50o W. No verão o intenso aquecimento do continente causa desenvolvimento de um anticiclone (Alta da Bolívia) sobre a América do Sul tropical (Figueroa et al. 1995, Carvalho, 1989), e um cavado no Oceano Atlântico próximo ao litoral nordeste do Brasil, nos altos níveis. A intensidade do anticiclone sobre o continente em 200 hPa, determina a formação dos vórtices ciclônicos sobre o oceano (Gan e Kousky 1986, Rao e Bonatti 1987).

A maioria dos vórtices ciclônicos



Da alta troposfera estão confinados nos altos níveis (acima de 5000m de altura), pois cerca de 60% não atingem o nivel de 700 hPa e em torno de 10% atingem a superfície (Frank, 1966). Sua circulação ciclônica (horária no Hemisfério Sul) surge inicialmente nas partes mais alta da troposfera ( em torno de 12 Km de altura), estendendo-se gradualmente para os níveis mais baixos (Gan, 1983). Os ventos são fracos nos níveis baixos e médios, aumentando sua velocidade com a altura e atingindo velocidade máxima em torno de 200 hPa. Essses vórtices ciclônicos são caracterizados por um movimento descendente de ar frio e seco no seu centro e um movimento ascendente de ar quente e úmido na sua periferia, possuindo portanto uma circulação direta. Esse fato ocasiona transformação de energia potencial em energia cinética.


Os vórtices ciclônicos provocam alteração no tempo e, dependendo de sua intensidade e permanência, causam sérios problemas locais e regionais. Ao se deslocar para oeste sobre a Região Nordeste, este sistemas com o centro sobre o interior do continente, inibem chuvas sobre esta região. O vórtice também impede o deslocamento dos sistemas frontais para o litoral do nordeste, contribuindo para a permanência dos mesmos sobre a Região Sudeste onde causam precipitações persistentes


2-Ocorrências no período de 1987 a 1995

Com a utilização do boletim Climanálise, foi feito um levantamento do número de vórtices ciclônicos em altos níveis que atuaram sobre a região NE, no período de 1987 a 1995. A identificação desses sistemas é realizada com a utilização dos seguintes recursos: a) imagens no canal infravermelho geradas pelo satélite geoestacionário GOES, (em alguns períodos pelo METEOSAT), em diversos horários, b) campos de linhas de corrente em 250 hPa das 00 e 12 UTC obtidos a partir das análises do NCEP (National Center for Environmental Prediction), e c) dados de precipitação obtidos a partir da carta sinótica de superfície das 12 UTC.

A
Tabela 1 abaixo mostra a freqüência dos vórtices ciclônicos em altos níveis que atuaram sobre a Região Nordeste do Brasil no período de 1987 a 1995. Pode-se verificar que esse levantamento confirma a estação de maior freqüência como dez-jan-fev com 6,8 vórtices nesses 3 meses.

A
Tabela 2 destaca os vórtices ciclônicos em altos níveis que atuaram mais de oito dias sobre a Região Nordeste. Estes tiveram origem no Oceano Atlântico e se deslocaram para o interior do continente. Os centros destes sistemas permaneceram em sua maioria sobre o Estado da Bahia.

A
Fig. 1 mostra a trajetória de um vórtice que atuou no período de 02-07 de fevereiro de 1996 sobre a Região Nordeste. Verifica-se que o vórtice deslocou-se para norte sobre o oceano nos primeiros 3 dias e posteriormente para oeste sobre o continente. A Fig. 2 mostra o escoamento em altos níveis nos dias 4 e 5 onde pode-se notar o vórtice no litoral da Região Nordeste. A imagem de satélite Meteosat-5 do dia 5 mostra o vórtice posicionado sobre o Nordeste do Brasil ( Fig. 3 ).


Referências

Carvalho, A. M. G., 1989. Conexões entre a circulação em altitude e a convecção sobre a América do Sul. Dissertação de Mestrado/INPE, São José dos Campos, Fev., 1989.

Figueroa, S.N., Satyamurty, P., Silva Dias, P.L., 1995: Simulations of the summer circulation over the South American region with an Eta coordinate model. J. Atmos. Physics., 52, 1573-1584.

Frank, N.L. The weather distribution with upper troposferic cold lows in the tropics.

U.S. Weather Bureau, Southern Region, Technical Memorandum no 28, 1966.
Frank, N.L., 1970: On the energetics of the cold lows. Procedings of the Symposium on Tropical Meteorology, American Meteorological Society, EIV I-EIV 6, Boston, USA.

Gan, M.A., 1982: Um estudo observacional sobre as baixa frias da alta troposfera, nas latitudes subtropicais do Atlântico Sul e leste do Brasil. Dissertação de Mestrado em Meteorologia, INPE, S.J. Campos, Brasil. (INPE - 2685 - TDL/126)
Gan, M.A., Kousky, V.E., 1986: Vórtices ciclônicos da alta troposfera no oceano Atlântico Sul. Revista Brasileira de Meteorologia, 1, 19-28.
Rao, V.B., Bonatti, J.P., 1987: On the origin of upper tropospheric cyclonic vortices in the South Atlantic ocean and adjoining Brasil during the summer. Meteorology and Atmospheric Physics, 37, 11-16.


Então, baseado na definição e conceito de “Vórtices Ciclônicos”....Postado acima, venha confirmar... Matéria do WSCOM
http://www.wscom.com.br//noticia/noticia.jsp?idNoticia=108799 ...
Aonde diz:


15:54hs 14.04.2008
Nova trégua: alerta de chuvas fortes da Defesa Civil não inclui Paraíba



A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, enviou alerta de chuva forte às defesas civis dos Estados do Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Tocantins, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Distrito Federal.

Nesta segunda-feira (14/04), áreas de instabilidades tropicais voltam a provocar pancadas de chuva no Rio Grande do Norte; centro-norte do Piauí; Acre; Rondônia; Amazonas; Amapá; Pará; Roraima; Tocantins; centro-norte do Ceará; oeste da Bahia e centro-norte do Maranhão. Alerta-se que, em alguns momentos, a chuva poderá ser de forte intensidade e acompanhada de descargas elétricas. Em Minas Gerais, áreas de instabilidade associadas ao deslocamento de uma nova frente fria provocarão, hoje (14/04), pancadas de chuva no centro-sul do Estado. Alerta-se que em alguns momentos, há risco de temporais isolados com chuva forte, descargas elétricas e rajadas de vento entre 40 e 60 km/hora.

Hoje (14/04) e amanhã (15/04), áreas de instabilidade associadas ao deslocamento de uma nova frente fria provocarão pancadas de chuva no Rio de Janeiro. Alerta-se que, em alguns momentos, há risco de temporais isolados com chuva forte, descargas elétricas e rajadas de vento entre 40 e 60 km/hora.

Entre hoje (14/04) e quarta-feira (16/04), áreas de instabilidade voltam a se intensificar sobre parte do centro-oeste, provocando pancadas de chuva em Goiás e no Distrito Federal. Alerta-se que, em alguns momentos, a chuva poderá ser de forte intensidade e acompanhada de descargas elétricas, especialmente no centro-norte de Goiás.

Nesta segunda-feira (14/04), áreas de instabilidade associadas ao deslocamento de uma nova frente fria provocam pancadas de chuva no Mato Grosso do Sul e São Paulo. Alerta-se que, em alguns momentos, há risco de temporais isolados com chuva forte, descargas elétricas e de rajadas de vento entre 50 e 60 km/h. Amanhã (15/04), o alerta é valido para o leste do Estado de São Paulo. Entre a noite de hoje e amanhã (14 e 15/04), alerta-se também para o frio intenso nos dois Estados. A chegada de uma massa de ar de origem polar declina as temperaturas em 10 graus no Mato Grosso do Sul e cerca de 7 graus em São Paulo. Durante o período, a Secretaria Nacional de Defesa Civil recomenda uma atenção especial aos moradores de rua. Ressalta-se que, a sensação térmica será de temperaturas mais baixas devido aos ventos do quadrante sul.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil continua recomendando orientar a população para o risco de alagamentos e enchentes nas áreas ribeirinhas, deslizamento de encostas, morros e barreiras. Além disso, evitar lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios. Com a divulgação de alertas, a Sedec pretende evitar a perda de vidas, danos ao patrimônio e ao meio ambiente e também incentivar a adoção de medidas preventivas pela população, governos estaduais e municipais.
Os alertas preventivos emitidos para os Estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo são baseados em informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Os demais alertas preventivos são baseados em informações do Centro de Previsão e Estudos Climáticos (Cptec).

da Redação (com assessoria)
WSCOM Online






*Tudo isto mostra...Segundo meu ponto de vista...Que os Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe... Estão fora da alerta de chuvas fortes da Defesa Civil... Para 19 Estados Brasileiros...Segundo a "Mídia Nacional" e esta matéria do WSCOM, postado acima ...Devido atuações de “Vórtices Ciclônicos”...

...E como é definido e conceituado pela “Ciência Meteorológica...Todo vórtice ciclônico...No seu “Bojo”, ou seja, no seu “Epicentro”, neste caso, dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e sergipe...É seco...Entretanto, nas suas bordas, ou seja nas suas extremidades(tendo um raio de até dois mil quilômetros)...È chuvoso...Aonde, certamente, os 19 Estados Brasileiros...Alertados pela Defesa Civil Nacional...Choverão...



* Crifo meu, Pedro Severino de Sousa










Nenhum comentário: